quarta-feira, 31 de março de 2010


Toda a sociedade mundial está alarmada para as conseqüências catastróficas que o aquecimento global pode provocar no mundo inteiro. A novidade agora é que entre os países mais prejudicados com o fenômeno está o Brasil. Mas o que, especificamente, pode acontecer a nós, brasileiros, por causa do aquecimento global no médio e longo prazo? Para Heitor Matallo, membro da Convenção das Nações Unidas para o Combate da Desertificação (UNCCD), um ciclo puxa outro. Se no Brasil, o meio ambiente já é degradado por meio de desmatamentos e erosões, os reservatórios de água irão diminuir, aumentando as áreas desertas. Com o avanço da temperatura global, será quase impossível viver nessas áreas em curto prazo, porém não impossível, uma vez que o corpo humano se adapta conforme as necessidades. Com isso, o ecossistema desta região ficará totalmente desequilibrado, permitindo a extinção de várias espécies de animais. Com o degelo das calotas polares, o nível do mar irá subir. Em longo prazo, o degelo das calotas fará os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas no Brasil, além de provocar a escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos casos de malária em todo o mundo. No nosso caso, a dengue poderá provocar uma epidemia nas regiões alagadas ou até mesmo em regiões planálticas, resultado da falta de definição das estações. Além disso, as ondas de calor, que com o fenômeno irão aumentar em proporção e intensidade, serão responsáveis por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo; no Brasil isso também será uma realidade. A incidência de furacões, que é praticamente inexistente no Brasil, poderá ser grande. Isso já está acontecendo aos poucos, principalmente na região Sul. O furacão Catarina, por exemplo, tinha ventos que variavam entre 118 km/h a 152 km/h. O primeiro passo para a solução deste problema talvez seja a conscientização. Desta forma, a idéia de que não somos a última geração do planeta e não temos o direito de arruinar a vida de nossos descendentes deve proliferar em todos os níveis da sociedade.

sábado, 20 de março de 2010

Empresas dos EUA pagam a americanos que economizarem energia


A ameaça de que os ursos polares desaparecerão diante do derretimento polar causado pelo aquecimento global não é um estímulo suficiente para os americanos reduzirem seu consumo de energia. Pensando nisso, algumas empresas encontraram uma solução tão tentadora quanto pragmática: pagar os que economizarem energia.
A americana MyEex, uma corretora de energia localizada em White Plains, no Estado de Nova York, acaba de lançar uma plataforma que permite comprar créditos de emissão de pessoas físicas que economizarem, ainda que isso signifique apenas apagar a luz ao sair de um cômodo da casa.
O primeiro crédito foi vendido em janeiro por US$ 21,50, com uma comissão de corretagem de US$ 4,30.
A ideia é simples: se muitas pessoas entrarem em jogo, isso teria um impacto real sobre as emissões de gases de efeito estufa e o corretor terá direito a comissões.
Por enquanto, em torno de 2.000 casas já se registraram na MyEex, que tenta certificar seu método que consiste em avaliar a economia de energia a partir do estudo de gastos nas contas de calefação e eletricidade.
Randy Wilson, que obteve o primeiro crédito de carbono emitido pela MyEex, considera a iniciativa excelente. Ele decidiu agir no ano passado, ao descobrir que sua companhia de eletricidade pretendia aumentar as tarifas em até 40%.
Junto com sua mulher, eles instalaram bombas elétricas de baixo consumo, decidiram tirar da tomada todos os aparelhos elétricos --como computadores-- quando não estavam em uso, e instalaram um sistema de painéis solares que lhes custou US$ 58 mil no teto de sua residência na Pensilvânia (leste do país). A conta de luz passou de US$ 120 por mês a zero.
Graças aos créditos, que reduziram em dois terços o custo de seus painéis solares, e à economia obtida, Randy Wilson acredita que seu investimento será amortizado em seis anos. "A ideia de economizar dinheiro e conseguir que paguem por isso é admirável", comentou à agência de notícias France Presse.
Aproximadamente 17% das emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos provêm de residências, por conta da calefação, ar condicionado ou eletricidade. Isso representa, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA), até quatro toneladas de equivalente a CO2 por pessoa ao ano.
Joanna Smith ficou surpresa ao constatar como era fácil reduzir o consumo de energia de seu apartamento nova-iorquino desde que se juntou à Earth Aid, sociedade que dá a seus membros pontos de acordo com a economia feita. Os pontos podem posteriormente serem trocados por prêmios como cursos de yoga, sessões de hidroterapia ou roupas ecológicas para crianças. "Antes, não tinha consciência do meu consumo", afirma Joanna.