quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Caneca alerta para os problemas do mundo


Chegou em casa cansado, cheio de problemas, e tudo o que quer é esquecer o mundo e tomar um chá?

Não vai ser possível se você optar por uma das Global Warming Mugs – as canecas do aquecimento.


Em contato com o calor, o mapa mundi desenhado do lado de fora começa a se alterar e mostra a elevação do nível do mar “comendo” as bordas de continentes ou a emissão de CO2 de cada país – em minutos, você vê os efeitos da poluição, literalmente, na palma da sua mão.

Com 9,5 cm de diâmetro, a caneca vem em dois modelos (“Aquecimento Global” e “Níveis de CO2”), não pode ser lavada à máquina e dá aquela irresistível vontade de ficar enchendo de água quente repetidamente só para ver o mapa em movimento (adoro essa tecnologia termocromática).

Se você é daqueles que precisam de um lembrete, taí uma bela dica que vai te fazer pensar no assunto todos os dias e, quem sabe, realizar algumas mudanças no seu estilo de vida. Agora, se você consegue simplesmente olhar para os desenhos em movimento, achá-los bacana e continuar bebendo um chá, melhor nem comprá-la.

Afinal, o fabricante não informa a composição do produto, se pode ser reciclado, se contém materiais … Enfim, caneca por caneca, todos já têm uma, não?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Corrupção afeta combate ao aquecimento global (Transparência Internacional)


BERLIM (AFP) - A corrupção que grassa na grande maioria dos países do mundo atrapalha a luta contra a instabilidade financeira, o combate à pobreza e os esforços para reverter as mudanças climáticas, afirma o relatório anual da ONG Transparência Internacional, publicado nesta terça-feira.

Dinamarca, Nova Zelândia e Cingapura encabeçam a lista dos países mais transparentes do mundo, de acordo com este estudo de "percepção da corrupção", que inclui 178 nações, enquanto Somália (178), Mianmar (177) e Afeganistão (176) ocupam os últimos lugares.


Na América Latina, a Venezuela figura como um dos países mais corruptos do mundo, ocupando a 164ª posição, enquanto o Chile (21) aparece como aluno modelo do continente, seguido por Uruguai (24), Porto Rico (33) e Costa Rica (41).


"Num momento em que os governos dedicam importantes somas de dinheiro para enfrentar os problemas mundiais mais urgentes, como a instabilidade dos mercados financeiros, as mudanças climáticas e a pobreza, a corrupção continua sendo um obstáculo", escreve a organização.


No que diz respeito aos países ricos, esta ONG considera o fato de que os membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) praticamente não subiram na classificação em relação ao ano anterior mostra que "todos os países devem" se esforçar.


Se este esforço não forem feitos em nível mundial, "as soluções políticas" para muitos problemas do planeta "correm o risco" de não se consolidarem.


Desde 1995, a Transparência Internacional publica anualmente um índice de percepção da corrupção, que vai de "10", para um país percebido como "transparente", a "0", para um visto como "corrupto".

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Água em pó" existe. E pode reduzir o aquecimento global


Substância é capaz de absorver o dióxido de carbono, um dos gases que causam o efeito estufa.


A água em pó existe e ainda por cima pode combater o aquecimento global. Parecida com um punhado de açúcar, a água em pó é formada por moléculas de água e de silica (SiO2, dióxido de silício). Cada grão do pó possui uma concentração de 95% de água, a mesma de uma melancia.

Graças a essas características, a “água em pó” pode armazenar gases, como o dióxido de carbono (CO2), um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. O autor da descoberta é o cientista britânico Andrew Cooper, que apresentou uma pesquisa sobre essa aplicação da água com silica no 240º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, nesta quarta-feira, nos Estados Unidos.

Em pesquisas de laboratório, Cooper descobriu que a substância absorve três vezes mais CO2 que água e silica separadas – e, melhor, no mesmo espaço de tempo. A "água em pó" também seria capaz de acelerar a produção de matéria-prima utilizada na fabricação de remédios, alimentos e outros produtos de consumo.

"Não há nada parecido com isso", diz Ben Carter, um dos cientistas envolvidos no estudo. "Esperamos que a água em pó ajude a resolver muitos problemas no futuro". De acordo com Cooper, o pó poderá também ser utilizado para outros fins, como o transporte de materiais industriais nocivos.

A "água em pó" foi descoberta em 1968, mas recebeu pouco destaque na comunidade científica até 2006, quando seu uso foi retomado por cientistas britânicos. Foi só recentemente que os cientistas descobriram que ela pode ser utilizada para armazenar gases.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aumento do nível médio das águas do mar


Uma outra causa de grande preocupação é o aumento do nível médio das águas do mar. O nível dos mares está aumentando em 0.01 a 0.025 metros por década o que pode fazer com que no futuro algumas ilhas de países insulares no Oceano Pacífico fiquem debaixo de água. O aquecimento global provoca subida dos mares principalmente por causa da expansão térmica da água dos oceanos. O segundo fator mais importante é o derretimento de calotas polares e camadas de gelo sobre as montanhas, que são muito mais afetados pelas mudanças climáticas do que as camadas de gelo da Gronelândia e Antártica, que não se espera que contribuam significativamente para o aumento do nível do mar nas próximas décadas, por estarem em climas frios, com baixas taxas de precipitação e derretimento. Alguns cientistas estão preocupados que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares derretam significativamente. Se isso acontecesse, poderia haver um aumento do nível das águas, em muitos metros. No entanto, os cientistas não esperam um maior derretimento nos próximos 100 anos e prevê-se um aumento do nível das águas entre 14 e 43 cm até o fim deste século.(Fontes: IPCC para os dados e as publicações da grande imprensa para as percepções gerais de que as mudanças climáticas).

Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a uma estimativa do aumento do nível do mar no passado. Mas diferentes investigadores, usando métodos diferentes, acabaram por confirmar o mesmo resultado. O cálculo que levou à conclusão não foi simples de fazer. Na Escandinávia, por exemplo, as medidas realizadas parecem indicar que o nível das águas do mar está a descer cerca de 4 milímetros por ano. No norte das Ilhas Britânicas, o nível das águas do mar está também a descer, enquanto no sul se está a elevar. Isso deve-se ao fato da Fennoscandia (o conjunto da Escandinávia, da Finlândia e da Dinamarca) estar ainda a subir, depois de ter sido pressionada por glaciares de grande massa durante a última era glacial [6]. Demora muito tempo a subir porque é só muito lentamente que o magma consegue fluir para debaixo dela; e esse magma tem que vir de algum lado próximo, como os Países Baixos e o sul das Ilhas Britânicas, que se estão lentamente a afundar. Em Bangkok, por causa do grande incremento na extração de água para uso doméstico, o solo está a afundar-se e os dados parecem indicar que o nível das águas do mar subiu cerca de 1 metro nos últimos 30 anos.

sábado, 10 de julho de 2010

Florestas tropicais são maiores "máquinas" de absorver CO2


As florestas tropicais, como a Amazônia, são as máquinas de fotossíntese mais eficientes do planeta. Um novo estudo internacional mostra que elas absorvem um terço de todo o gás carbônico que é retirado da atmosfera pelas plantas a cada ano.

Pela primeira vez, cientistas calcularam a absorção global de CO2 pela vegetação terrestre: são 123 bilhões de toneladas do gás por ano.

"É o dobro da quantidade de CO2 que os oceanos absorvem", diz Christian Beer, do Instituto Max Planck para Bioquímica, na Alemanha. Ele é coautor do estudo, publicado na revista "Science".

Selvas tropicais respondem por 34% da captura. As savanas, por 26%, apesar de ocuparem o dobro da área.

Um outro estudo, publicado na mesma edição da "Science", mostrou que a temperatura influencia pouco na quantidade de carbono exalado pelas plantas quando elas respiram.

Havia temores de que o aquecimento global pudesse acelerar as taxas de respiração, fazendo com que florestas se convertessem de "ralos" em fontes do gás, agravando mais o problema.

Juntos, esses dados devem ajudar a melhorar os modelos climáticos, que dependem do conhecimento preciso do fluxo de carbono entre plantas, atmosfera, oceanos e fontes humanas do gás.

O trabalho de Beer também ressalta a importância das florestas secundárias na Amazônia como "ralos" para o CO2 em excesso despejado no ar por seres humanos.

Isso porque, apesar de absorverem muito carbono por fotossíntese, as florestas tropicais devolvem outro tanto ao ar quando respiram.

Florestas em regeneração, por outro lado, fixam muito mais carbono do que exalam.

O estudo usou dados de uma rede internacional, a Fluxnet, que reúne centenas de torres que servem como postos de observação pelo mundo, analisando os fluxos de CO2 na vegetação ao redor.

No Brasil há quase uma dezena de torres de fluxo, a maior parte delas instaladas na Amazônia.

"Mas ainda sabemos pouco, por exemplo, sobre pontos de transição abrupta ligados ao clima, como florestas em savanização", diz o biólogo Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. "E ainda existem ambientes pouco mapeados, como pântanos e brejos."

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pesquisa revela preocupação mundial com efeitos do aquecimento global


Pessoas em todo o mundo se sentem ameçadas pelas mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, cresce o número dos que não expressam preocupação alguma. Cobertura da mídia sobre o aquecimento mundial é tema do Global Media Forum.


A percepção de que as mudanças climáticas representam uma ameaça ao planeta continua elevada entre a população mundial, segundo um estudo divulgado pela Deutsche Welle e pela empresa de pesquisas de mercado Synovate nesta segunda-feira (21/06), em Bonn, durante a abertura do fórum de debates Global Media Forum (GMF).

Nas três pesquisas já realizadas – em 2007, 2008 e 2009 – o percentual de pessoas que se disseram "muito preocupadas" com as mudanças climáticas se manteve estável: 30% em 2010 e 2008 e 29% em 2007.

Outras 39% demonstraram "alguma preocupação" na pesquisa de 2010, o que indica que a ampla maioria da população global (69%, de acordo com o levantamento) está em menor ou maior grau preocupada com os efeitos que o aquecimento do planeta trará.

Ao mesmo tempo cresceu o número de pessoas que disseram não ter preocupação alguma com as consequências do aquecimento global, por considerá-lo parte de um ciclo natural de acontecimentos. Elas representavam 4% na pesquisa de 2008 e são 9% na consulta de 2010.



Papel da mídia

"Muitas pessoas ainda não reconheceram o perigo", alertou o diretor-geral da Deutsche Welle, Erik Bettermann, durante a apresentação da pesquisa. Ele cobrou da mídia mundial uma cobertura objetiva e clara sobre o assunto. "A mídia deve apresentar temas fundamentais para o futuro [da humanidade] da forma mais objetiva e clara possível." Para ele, os jornalistas devem fomentar nas pessoas a consciência de que todos podem fazer algo.
O secretário-executivo da ONU para mudanças climáticas, Yvo de Boer, pediu à mídia maior destaque para os riscos de não se fazer nada diante da ameaça do aquecimento global. Segundo ele, o mundo está diante de uma encruzilhada: ou continua usando combustíveis fósseis prejudiciais ao clima do planeta ou opta por tecnologias "verdes" para cortar emissões de gases do efeito estufa.

O GMF é um fórum de debates organizado anualmente pela Deutsche Welle e discute o papel da mídia em questões centrais para o futuro da humanidade. O evento deste ano é dedicado às mudanças climáticas, sob o título "The heat is on – mudanças climáticas e a mídia". Participam cerca de 1.500 pessoas de quase cem países.

Para o professor de jornalismo Holger Wormer, da Universidade de Dortmund, as mudanças climáticas perderam espaço na cobertura da imprensa mundial. "Temos agora muitas outras coisas na nossa agenda, coisas que têm hoje muito mais impacto do que há três anos, como por exemplo a crise financeira."

Segundo ele, temas como a crise colocaram a cobertura sobre as mudanças climáticas em segundo plano. Além disso, segundo ele, surgiram outros temas ambientais importantes, como o vazamento de petróleo no Golfo do México e, na Alemanha, o debate sobre energia nuclear.


Brasileiros pagariam mais por produtos "ecológicos"

Para a realização da pesquisa, a Synovate consultou 13.444 pessoas em 18 países, entre eles Brasil, Alemanha, Estados Unidos, França, Rússia, China e África do Sul, no período entre 23 de fevereiro e 30 de abril de 2010.

As altas temperaturas são apontadas como a pior consequência das mudanças climáticas por 31% dos entrevistados. Em seguida vêm a desertificação e a seca, com 10% cada, depois a piora das condições de saúde e o aumento de doenças, com 9%.

A pesquisa da Synovate traz números interessantes sobre o Brasil. Conforme o estudo, os brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos que não agridam o meio ambiente. A maior parte dos entrevistados, 31%, disse que pagaria até 9% mais, e 19% concordariam com preços até 19% mais altos. Já 10% declararam não ter vontade de pagar mais.

Os brasileiros também disseram que os investimentos em tecnologias verdes vão aquecer a economia: 84% dos entrevistados no Brasil concordam com essa afirmação e apenas 11% discordam. Na Alemanha, os percentuais são, respectivamente, 50% e 22%. Nos Estados Unidos, 51% e 16%.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fezes de baleia ajudam no combate ao aquecimento global


Anteriormente os cientistas acusavam os cetáceos como culpados porque, na respiração, expiram dióxido de carbono (CO2)


Paris - As baleias cachalote do Oceano Austral são aliados inesperados na luta contra o aquecimento global, por removerem o carbono equivalente ao emitido por 40 mil carros a cada ano graças a suas fezes, revela um estudo que será publicado esta quarta-feira no periódico britânico Proceedings of the Royal Society B.

Anteriormente os cientistas acusavam os cetáceos como culpados porque, na respiração, expiram dióxido de carbono (CO2), o tipo mais comum de gás de efeito estufa.

Mas esta era apenas uma análise parcial, demonstra o novo estudo.

Biólogos australianos calcularam que as cerca de 12 mil baleias cachalotes do Oceano Austral defecam, cada uma, cerca de 50 toneladas de ferro no mar a cada ano, após digerirem os peixes e lulas, que são a base de sua dieta.

O ferro é um excelente alimento para o fitoplâncton - plantas marinhas que vivem perto da superfície do oceano e que tiram CO2 da atmosfera através da fotossíntese.

O Oceano Austral é rico em nitrogênio e pobre em ferro, que é essencial ao fitoplâncton.

Como resultado desta fertilização orgânica do ambiente marinho, as baleias ajudam a remover 400.000 toneladas de carbono a cada ano, duas vezes mais que as 200 mil toneladas de CO2 que elas liberam através da expiração.

Comparativamente, 200 mil toneladas de CO2 equivalem às emissões de quase 40.000 carros de passageiros, segundo estimativas do site da agência ambiental americana (EPA).

Segundo a EPA, com base em um cálculo feito em 2005, um veículo de passageiros que roda 20 mil quilômetros por ano emite mais de cinco toneladas de CO2 ou carbono equivalente ao ano.

As fezes das baleias são muito eficazes porque são liberadas em estado líquido e perto da superfície marinha, antes de os mamíferos mergulharem, destaca o artigo.

A pesca industrial da baleia não só ameaça seriamente as cachalotes austrais, como também compromete um amplo sequestro de carbono, acrescentou.

Antes da pesca industrial de baleias, a população da espécie era cerca de 10 vezes maior, o que significa que dois milhões de toneladas de CO2 eram removidas anualmente, segundo o artigo.

Os cientistas suspeitam que devido ao fato de as cachalotes se reunirem em áreas específicas do Oceano Austral, há um vínculo claro entre a disponibilidade de alimentos e as fezes dos cetáceos.

Isto pode explicar o "paradoxo krill", acreditam. Tempos atrás, os cientistas descobriram que quando as baleias-minke são mortas, a quantidade de krill, minúsculos crustáceos, nesta área declinam, afetando toda a cadeia alimentar.

O estudo foi conduzido por Trish Lavery, da Escola de Estudos Biológicos da Universidade Flinders, em Adelaide (Austrália).

O futuro de baleias cachalote e outras espécies será debatido na próxima semana em Agadir, Marrocos, onde a Comissão Baleeira Internacional (CBI) discutirá um plano para relaxar uma moratória de 24 anos na pesca comercial à baleia.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Terra fica mais quente e coloca espécies em perigo


Ação humana, com emissões de CO2, faz com que temperatura no planeta fique maior


Fábricas queimando carvão, carros usando gasolina, o desmatamento atingindo florestas como a Amazônica: todas essas ações humanas estão causando um fenômeno chamado aquecimento global, que é o aumento da temperatura aqui na superfície da Terra.

Dados do programa norte-americano para mudança climática indicam que a temperatura global vem aumentando em 0,16ºC por década desde 1979 – parece pouco, mas mesmo esses pequenos índices podem ter um efeito devastador na vida na Terra.

O aquecimento global é uma mudança climática causada por vários fatores. Durante os últimos 2.000 anos, o clima da Terra se manteve relativamente estável.

Os cientistas identificaram apenas três grandes turbulências que alteraram dramaticamente o clima, como uma pequena Era do Gelo (1.500 a 1.850), uma anomalia climática durante a Idade Média (900 a 1.300) e a Era Industrial, em que o número de fábricas e indústrias cresceu de modo dramástico, principalmente nos últimos cem anos.

Até o começo da Era Industrial, o efeito estufa era causado por erupções vulcânicas e por mudanças na órbita da Terra, na intensidade do Sol, na concentração de gases do efeito estufa e nas correntes marítimas. Mas, nos últimos anos, os pesquisadores descobriram que a média global de temperatura durante as últimas décadas foi maior que a dos últimos 400 anos.

Evidências também revelam que, em alguns lugares do mundo, as temperaturas foram mais altas durante os últimos 25 anos do que nos últimos 1.100 anos. Os oito anos mais quentes de que se tem registro (desde 1880) ocorreram todos desde 2001, sendo que em 2005 ocorreu o ápice.

"Vilão"

Os chamados gases do efeito estufa são considerados os "vilões" dessa história. Dentre esses gases está CO2 (dióxido de carbono), que é emitido pela queima do carvão (usado para gerar energia nas fábricas, por exemplo) e dos combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, além de outros processos.

Os gases-estufa são necessários para a vida, já que mantém a superfície da Terra aquecida, mas à medida que a concentração deles aumenta na atmosfera, a temperatura no planeta tem subido no planeta. Essas substâncias impedem que o calor se dissipe, em algo similar ao que os vidros fazem em uma estufa.

Mar alto

Um dos principais efeitos dessa mudança no clima da Terra é a elevação do nível do mar, que poderá inundar uma parte do litoral de todo o planeta. O nível do mar vem aumentando 1,7 mm por ano nos últimos cem anos, uma velocidade maior do que a média de milhares de anos.

Dependendo do aumento dos gases do efeito estufa, os cientistas dizem que o mar poderia subir entre 18 cm e 59 cm nos próximos anos. Isso pode ter um efeito catastrófico: o IPCC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas) diz que, se houver um aumento como esse, as ilhas Maldivas, um paradisíaco arquipélago localizado ao sul da Índia, podem se tornar inabitáveis.

O governo local já cogita inclusive comprar um território em outra região do mundo para "fugir" do aquecimento global.

Pragas

O aumento da temperatura também devem interferir diretamente na saúde da população, principalmente no que se refere a doenças que aparecem em regiões mais quentes do planeta e são transmitidos por mosquitos e outros insetos, como dengue, malária e febre amarela. O IPCC afirma, por exemplo, que a população que vive sob o risco dos mosquitos do gênero Anopholes, que transmitem malária, podem crescer em até 400 milhões no próximo século.

Também devem ocorrer mais doenças respiratórias, já que o aquecimento deve acelerar a ocorrência do chamado smog fotoquímico, que aumenta a concentração de ozônio na superfície da Terra – a substância agride o tecido do pulmão, sendo especialmente prejudicial para a asma outras doenças pulmonares.

Espécies de plantas e animais também serão afetados por esse processo, já que a temperatura é um aspecto importante para os processos biológicos das espécies.

O IPCC afirma que entre 20% e 30% das espécies analisadas podem estar em risco de extinção caso as temperaturas médias da Terra aumentem entre 2ºC e 3ºC nos próximos cem anos, em relação aos níveis existentes antes da Revolução Industrial.

Com esse cenário, há um debate político sobre metas para reduzir as emissões de CO2 na Terra, mas os países ainda não chegaram a um acordo sobre as metas e os prazos de redução – há uma discussão sobre a responsabilidade dos países desenvolvidos, acusados de serem os responsáveis históricos por esse processo, e as nações em desenvolvimento sobre quem deve adotar regras mais rígidas para a emissão de gases do efeito estufa.

O IPCC recomendou em seu relatório de 2007 que países desenvolvidos cortassem entre 80% e 95% de suas emissões até 2050, para evitar mudanças climáticas "desastrosas".

O próximo capítulo dessa batalha está marcado para dezembro em Copenhague, na Dinamarca, quando os países vão discutir a adoção de um acordo para o corte de emissões.

A reunião deve discutir um tratado que substitua o de Kyoto, firmado em 1997 e que expira em 2012 – o acordo previa metas para reduzir as emissões as emissões de países desenvolvido, mas poupava os em desenvolvimento, como o Brasil, o que reduziu muito os seus efeitos. Além disso, os Estados Unidos não assinaram o protocolo, tornando-o ainda mais ineficaz.

Com o novo tratado, espera-se conseguir um acordo com mais países, com o objetivo de evitar que a temperatura da Terra aumente mais de 2º em relação aos níveis pré-industrial – acima deste nível, é esperado que as consequências da mudança climática sejam irreversíveis.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aquecimento global pode destruir 20% dos lagartos do planeta até 2080


WASHINGTON (AFP) - O aquecimento global poderá provocar a extinção de 20% da população de lagartos do planeta até 2080, segundo uma pesquisa internacional divulgada nesta quinta-feira.

O desaparecimento de grande parte destes animais provavelmente teria repercussões notáveis sobre a cadeia alimentar e o ecossistema, ressaltaram os cientistas.


Os lagartos são presas importantes para diversas aves, serpentes e outras espécies, além de predadores de insetos, explicaram os autores do estudo, divulgado na revista americana Science de 14 de maio.


O trabalho realizado por Barry Sinervo, professor de Ecologia e biólogo da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (oeste), foi baseado num amplo estudo sobre as populações de lagartos no mundo e sobre os efeitos do aumento da temperatura terrestre desde 1975.


Com base nestas observações, elaboraram um modelo que permite prever o risco de extinção, explicou.


O modelo permitiu prever com exatidão zonas específicas nas Américas do Norte e do Sul, na Europa, na África e na Austrália onde populações de 34 famílias diferentes de lagartos, estudadas anteriormente, tinham efetivamente sido extintas.


Com base nessas probabilidades, o risco de que essas espécies desapareçam foi estimado em 6% para 2050 e 20% para 2080.


Já que a extinção destas populações está diretamente relacionada ao aquecimento global, limitar as emissões de dióxido de carbono é essencial para impedir o desaparecimento destas espécies no futuro.


"Trabalhamos muito para validar o modelo computadorizado que mostra bem que as extinções de lagartos ocorrem devido ao aquecimento e não pelas perdas de seus hábitats", indicou Barry Sinervo.


O desaparecimento de lagartos foi constatado primeiro na França, seguido do México, onde 12% das populações locais entraram em extinção.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Derretimento da Groenlândia se acelera


O degelo está se acelerando na segunda maior massa de gelo do mundo, a Groenlândia, que nos últimos nove anos perdeu 1,5 trilhão de toneladas de água- o suficiente elevar o nível do mar em mais de 4 milímetros. O número é apontado em um estudo publicado na edição de hoje da revista "Science", liderado por Eric Rignot, geocientista da Nasa.
"Nenhuma notícia boa por aqui. Sinto muito", disse o cientista em entrevista à Folha. Segundo ele, a aceleração do derretimento se verifica desde 2006 em um nível sem precedentes. Isso pode ser apenas uma oscilação normal -em alguns anos o gelo derrete mais, em outros menos. Mas, se for uma tendência, trata-se de mais um sinal de que o planeta está esquentando rápido.
Jefferson Simões, glaciologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que não se trata de mero acaso. "É preciso ver que esse não é um estudo isolado, existem várias outras evidências científicas, tudo vai se somando."
Os números, de qualquer forma, impressionam. Nesta década, as regiões que mais derreteram, aquelas próximas ao oceano, chegaram a perder mais de uma tonelada de água -uma caixa dágua cheia- por metro quadrado por ano.
Outro dado novo é sobre o destino do gelo perdido. Cerca de metade dele se transforma em icebergs, perdendo contato com a Groenlândia. A outra metade se torna lagos de água líquida sobre a superfície de gelo, dizem os cientistas.
Além de servir como sinal de aquecimento, o derretimento do gelo tem uma consequência imediata a elevação do nível dos mares e, com isso, o alagamento de regiões litorâneas.
Se a Groenlândia derretesse por completo, os oceanos subiriam sete metros -uma catástrofe global para áreas costeiras. Nem os pesquisadores mais pessimistas, entretanto, acreditam que isso acontecerá.
O estudo na "Science" pode forçar uma revisão das previsões de 2007 do painel do clima da ONU (o IPCC) sobre o assunto, dizem os cientistas.
Estimava-se que os mares, na pior das piores hipóteses, subiriam no máximo 58 centímetros até 2100. "Levando em conta o novo cenário, eu diria que existe uma real possibilidade de ultrapassarmos esse valor", diz Jonathan Bamber, físico da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e um dos coautores do estudo.
"O valor da ONU é muito pequeno. Infelizmente, o gelo está derretendo rápido. Eu estou preocupado", diz Rignot.

Falta a Antártida
Para ter certeza que não estavam cometendo erros, os cientistas utilizaram dois métodos diferentes. Um deles usou dados obtidos em solo, outro, via satélite, e os resultados estavam de acordo um com outro.
Para saber com precisão o que vai acontecer com o planeta no futuro, será necessário fazer algo similar com a Antártida. Apesar de o continente gelado ter 90% do gelo mundial -e, portanto, ser muito mais decisivo do que a Groenlândia-, sabe-se relativamente pouco sobre o degelo por lá.
Ainda não existe para a Antártida um estudo como este que sai agora na "Science", diz Simões. "É o único local onde ainda não está clara a situação, ela é a grande incógnita."
Os cientistas sabem que a Antártida está passando por um aumento de temperatura e que vem perdendo gelo. Mas ainda é difícil quantificar.
"Sabemos que a região mais central e alta está tranquila, estável, se alguém falar que está mudando é bobagem. O nosso receio é que os derretimentos que estão ocorrendo no norte da península Antártica se espalhem", diz Simões.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Terremoto do Chile encurtou os dias na Terra e mudou o eixo da Terra, diz Nasa


Cientistas afirmam, no entanto, que devem aguardar maior refinamento dos dados para que ter resultados definitivos



Washington (EUA) - Cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa), afirmam que o terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile no dia 27 pode ter reduzido a duração dos dias na Terra. Segundo a Nasa, o terremoto deve ter encurtado a duração de um dia na Terra por cerca de 1,26 microssegundo (um microssegundo é a milionésima parte de um segundo). Os responsáveis pelo estudo fazem parte da equipe do cientista Richard Gross e realizaram um cálculo por meio de complexo modelo computadorizado sobre como o abalo teria modificado a rotação do nosso planeta.

O dado mais impressionante levantado no estudo é sobre o quanto o eixo da Terra foi deslocado pelo terremoto. Gross calcula que o abalo sísmico deve ter movido o eixo do planeta (o eixo imaginário sobre o qual a massa da Terra se mantém equilibrada) por 2,7 milisegundos (cerca de 8 centímetros). Esse eixo da Terra não é o mesmo que o eixo norte-sul.

O cientista afirma que o mesmo modelo computadorizado foi usado para estimar que o terremoto de magnitude 9,1 que atingiu Sumatra em 2004 deve ter reduzido a duração do dia de 6,8 microsegundos e deslocado do eixo da Terra em 2,32 milisegundos (cerca de 7 centímetros).

Segundo o cientista, apesar do terremoto chileno ter sido muito menor do que o terremoto de Sumatra, prevê-se que ele tenha alterado mais a posição do eixo da Terra por dois motivos. Primeiro, ao contrário do terremoto de Sumatra localizado perto do equador, o terremoto chileno aconteceu nas latitudes abaixo dele, o que o torna mais eficaz na mudança do eixo do planeta. Em segundo lugar, a falha responsável pelo terremoto Chileno foi mais profunda e em um ângulo ligeiramente mais acentuado do que a falha responsável pelo terremoto de Sumatra. Isso faz com que a falha no Chile seja mais eficaz para deslocar verticalmente a massa da Terra e, portanto, mais eficaz na sua mudança de eixo.

Os cientistas afirmam, porém, que devem aguardar maior refinamento dos dados para que ter resultados definitivos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mundo está a caminho de ficar 6C mais quente, diz pesquisa


Novos dados sobre as emissões mundiais de CO2 (dióxido de carbono, principal gás causador do efeito estufa) indicam que o planeta está a caminho de esquentar 6C neste século, se não houver um esforço concentrado para diminuir a queima de combustíveis fósseis.
"Existe um abismo claro entre o caminho que estamos seguindo e o que é necessário para limitar o aquecimento global a 2C [nível considerado relativamente seguro por especialistas]", diz Corinne Le Quéré, pesquisadora da Universidade de East Anglia (Reino Unido) e coautora do novo estudo na revista científica "Nature Geoscience". Na atual década, a principal responsável por puxar para cima as emissões é a China, com seu crescimento industrial alimentado pelo carvão mineral. Hoje, o país é o maior emissor do planeta.
No entanto, os EUA ainda respondem pelas maiores emissões per capita: 18 toneladas, contra 5,2 toneladas dos chineses (a média mundial é de 4,8 toneladas). Desde 1982, a humanidade produziu 715,3 trilhões de toneladas de gás carbônico, quantidade que equivale ao total de dióxido de carbono emitido por todas as civilizações que existiram no mundo antes disso.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Erupção de vulcão na Islândia é pequena para aliviar aquecimento global


Grandes erupções vulcânicas já tiveram efeito refrigerador no clima da Terra, mas o recente evento na Islândia é pequeno demais para trazer alívio ao aquecimento global antropogênico, disseram cientistas nesta sexta-feira (16).

O evento marcante desta capacidade de refrigeração vulcânica dos últimos 20 anos ocorreu em 1991, quando o Monte Pinatubo entrou em erupção nas Filipinas, resfriando a superfície terrestre em 0,5ºC no ano seguinte, o suficiente para compensar o impacto dos gases causadores de efeito estufa entre 1991 e 1993.

Um episódio refrigerador menor ocorreu em 1980, quando o Monte Santa Helena, no Estado americano de Washington, teve seu topo pulverizado, um evento que embora tenha sido impressionante, expeliu apenas um décimo do material liberado pelo Pinatubo.

O resfriamento se explica por uma fórmula simples: o vulcão libera grande quantidade de cinzas vulcânicas e dióxido de enxofre, que são transportados para a estratosfera, camada da atmosfera acima da troposfera, a mais próxima da superfície.

Lá, fenômenos físico-químicos criam uma fina camada de partículas esbranquiçadas que, durante meses ou anos, circundam a Terra e refletem parte dos raios solares, impedindo que a radiação atinja o solo.

Escudo

"Basicamente, é como colocar um escudo refletor sobre o pára-brisa do carro, impedindo que o interior aqueça demais", comparou Colin Macpherson, da Universidade Durham University, nordeste da Inglaterra.

Mas ele e outros afirmaram que a erupção do vulcão na geleira Eyjafjallajokull foi pequena demais, não produzindo enxofre suficiente, e sua pluma circundou a uma altitude baixa demais para ter qualquer impacto climático.

Qualquer efeito será "muito insignificante", reforçou, de Genebra, Scylla Sillayo, da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).

Menor

"No momento, estamos olhando para algo que é cerca de 100 vezes menor do que o Monte Santa Helena. Na escala em que está agora, é relativamente improvável que tenha qualquer efeito perceptível no clima", explicou Kathryn Goodenough, da British Geological Survey (BGS).

"Com o Pinatubo, as cinzas chegaram a 18.000 metros de altitude nos trópicos", acrescentou Emmanuel Bocrie, do serviço climático francês Meteo France.

"Não é a mesma situação neste caso, onde a pluma está, em média, a 6 mil metros, com picos de 11 mil metros. Além disso, esta é uma parte da atmosfera [a troposfera], onde há ventos potentes, que têm grande efeito dissipador", explicou.

Os cientistas chegaram a afirmar que a erupção da geleira islandesa poderia ter um efeito regional no clima da Europa, mas só se durasse alguns anos.

"Na década de 1780, uma grande erupção no sul da Islândia levou cerca de dois anos e gerou grande quantidade de enxofre", disse Macpherson.

"Isto causou um 'smog' terrível, as colheitas foram afetadas pela chuva ácida e a qualidade do ar ficou realmente muito ruim. Mas foram preciso dois anos [de erupção] para causar este efeito e certamente não estamos confrontados com algo semelhante agora", acrescentou.

Duplo

Outra hipótese é que a atual erupção poderia desencadear outra ainda maior, no vizinho vulcão Katla.

Em 1821-1823, o atual vulcão entrou em erupção e depois se silenciou, e ao fim do ciclo, foi a vez do Katla entrar em erupção.

"As pessoas sugeriram que talvez haja vínculos entre eles, através de fissuras, mas é importante enfatizar que não há provas de que um vá desencadear erupções no outro", disse Goodenough.

De qualquer forma, o resfriamento vulcânico é apenas uma quebra temporária nos efeitos das emissões de gases estufa antropogênicas, apontadas como responsáveis pelas mudanças climáticas.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura do planeta aumentou 0,74ºC entre 1906 e 2005. No últimos cinquenta anos deste período, o aquecimento dobrou, com um aumento de cerca de 0,13º C por década.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aquecimento global pode aumentar desigualdade


Segundo relatório divulgado pelo Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) o dinheiro gasto com ações antiaquecimento global nos países em desenvolvimento são desproporcionais a sua participação nas emissões de carbono e dificultam seus planos para o progresso.

Os recursos utilizados no combate e adaptação às mudanças climáticas nos países de Terceiro Mundo, que serão cerca de US$ 475 bilhões ao ano, poderiam ser destinados a educação, pobreza, entre outros problemas que atingem os países mais pobres. O Banco Mundial induz um debate ao novo acordo de proteção ao clima e uma maior responsabilidade por parte dos países ricos, tanto em relação a investimentos próprios, quanto investimentos, transferência de informações e abatimento das tarifas pagas pelos mais pobres.

“O aquecimento global tem cura. Enfrentá-lo é um papel de todos: cientistas, mídia, países desenvolvidos, em desenvolvimento, e também, seu”.

quarta-feira, 31 de março de 2010


Toda a sociedade mundial está alarmada para as conseqüências catastróficas que o aquecimento global pode provocar no mundo inteiro. A novidade agora é que entre os países mais prejudicados com o fenômeno está o Brasil. Mas o que, especificamente, pode acontecer a nós, brasileiros, por causa do aquecimento global no médio e longo prazo? Para Heitor Matallo, membro da Convenção das Nações Unidas para o Combate da Desertificação (UNCCD), um ciclo puxa outro. Se no Brasil, o meio ambiente já é degradado por meio de desmatamentos e erosões, os reservatórios de água irão diminuir, aumentando as áreas desertas. Com o avanço da temperatura global, será quase impossível viver nessas áreas em curto prazo, porém não impossível, uma vez que o corpo humano se adapta conforme as necessidades. Com isso, o ecossistema desta região ficará totalmente desequilibrado, permitindo a extinção de várias espécies de animais. Com o degelo das calotas polares, o nível do mar irá subir. Em longo prazo, o degelo das calotas fará os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas no Brasil, além de provocar a escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos casos de malária em todo o mundo. No nosso caso, a dengue poderá provocar uma epidemia nas regiões alagadas ou até mesmo em regiões planálticas, resultado da falta de definição das estações. Além disso, as ondas de calor, que com o fenômeno irão aumentar em proporção e intensidade, serão responsáveis por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo; no Brasil isso também será uma realidade. A incidência de furacões, que é praticamente inexistente no Brasil, poderá ser grande. Isso já está acontecendo aos poucos, principalmente na região Sul. O furacão Catarina, por exemplo, tinha ventos que variavam entre 118 km/h a 152 km/h. O primeiro passo para a solução deste problema talvez seja a conscientização. Desta forma, a idéia de que não somos a última geração do planeta e não temos o direito de arruinar a vida de nossos descendentes deve proliferar em todos os níveis da sociedade.

sábado, 20 de março de 2010

Empresas dos EUA pagam a americanos que economizarem energia


A ameaça de que os ursos polares desaparecerão diante do derretimento polar causado pelo aquecimento global não é um estímulo suficiente para os americanos reduzirem seu consumo de energia. Pensando nisso, algumas empresas encontraram uma solução tão tentadora quanto pragmática: pagar os que economizarem energia.
A americana MyEex, uma corretora de energia localizada em White Plains, no Estado de Nova York, acaba de lançar uma plataforma que permite comprar créditos de emissão de pessoas físicas que economizarem, ainda que isso signifique apenas apagar a luz ao sair de um cômodo da casa.
O primeiro crédito foi vendido em janeiro por US$ 21,50, com uma comissão de corretagem de US$ 4,30.
A ideia é simples: se muitas pessoas entrarem em jogo, isso teria um impacto real sobre as emissões de gases de efeito estufa e o corretor terá direito a comissões.
Por enquanto, em torno de 2.000 casas já se registraram na MyEex, que tenta certificar seu método que consiste em avaliar a economia de energia a partir do estudo de gastos nas contas de calefação e eletricidade.
Randy Wilson, que obteve o primeiro crédito de carbono emitido pela MyEex, considera a iniciativa excelente. Ele decidiu agir no ano passado, ao descobrir que sua companhia de eletricidade pretendia aumentar as tarifas em até 40%.
Junto com sua mulher, eles instalaram bombas elétricas de baixo consumo, decidiram tirar da tomada todos os aparelhos elétricos --como computadores-- quando não estavam em uso, e instalaram um sistema de painéis solares que lhes custou US$ 58 mil no teto de sua residência na Pensilvânia (leste do país). A conta de luz passou de US$ 120 por mês a zero.
Graças aos créditos, que reduziram em dois terços o custo de seus painéis solares, e à economia obtida, Randy Wilson acredita que seu investimento será amortizado em seis anos. "A ideia de economizar dinheiro e conseguir que paguem por isso é admirável", comentou à agência de notícias France Presse.
Aproximadamente 17% das emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos provêm de residências, por conta da calefação, ar condicionado ou eletricidade. Isso representa, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA), até quatro toneladas de equivalente a CO2 por pessoa ao ano.
Joanna Smith ficou surpresa ao constatar como era fácil reduzir o consumo de energia de seu apartamento nova-iorquino desde que se juntou à Earth Aid, sociedade que dá a seus membros pontos de acordo com a economia feita. Os pontos podem posteriormente serem trocados por prêmios como cursos de yoga, sessões de hidroterapia ou roupas ecológicas para crianças. "Antes, não tinha consciência do meu consumo", afirma Joanna.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cientistas britânicos ocultam erros em dados sobre mudança climática


Londres, 3 fev (EFE).- Pesquisadores da Universidade de East Anglia (Reino Unido), um dos centros acadêmicos de maior prestígio em mudança climática, ocultaram erros na compilação de dados que foram fundamentais para consolidar a teoria da influência humana no aquecimento global. Foi o que informou ontem o jornal britânico "The Guardian", que leva novamente ao centro da polêmica o professor Phil Jones, o responsável da Unidade de Mudança Climática (CRU) da citada Universidade, em torno da que se gerou o chamado "Climagate" às vésperas da cúpula de Copenhague realizada em dezembro passado.O roubo de uma série de e-mails a Jones revelou, segundo os céticos sobre a mudança climática, que foram ocultadas informações ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) para não criar dúvidas sobre o efeito do dióxido de carbono (CO2) na temperatura do planeta.O que "The Guardian" acrescenta agora é que milhares de e-mails e documentos da Universidade que também foram pirateados demonstram que uma série de medições de temperaturas feitas em estações meteorológicas na China continha graves erros que foram ocultados de maneira intencional.Segundo essa informação, Jones não divulgou os erros cometidos por alguns de seus colaboradores, o professor Wei-Chyung Wang, da Universidade de Albany (Estados Unidos), apesar de outros colegas terem lhe advertido que tinham se equivocado.Essas supostas tentativas de ocultar erros nos dados sobre temperatura na China demonstram, segundo o jornal britânico, a relação entre o "Climagate" e o IPCC, já que um estudo baseado nessas medições equivocadas contribuiu para que o IPCC advertisse sobre os perigos imediatos da mudança climática.A informação chega em um momento delicado para o IPCC, acusado também recentemente de não ter comprovado com o devido rigor os dados de uma pesquisa que previa que todas geleiras da cordilheira do Himalaia derreteriam até 2035."The Guardian" ressalta que a Universidade de East Anglia rejeitou sistematicamente os pedidos de divulgar os documentos elaborados pela Unidade de Mudança Climática dirigida por Jones até dezembro.Os dados em questão são uma série histórica obtida em estações meteorológicas na China sobre as variações de temperatura no último meio século. Eles apareceram pela primeira vez publicados na revista científica "Nature" e foram utilizados pelo IPCC como um dos elementos-chave de sua hipótese.A metade das estações estava situada em zonas rurais e a outra metade em zonas urbanas. A conclusão do estudo publicado em 1990 foi que o aumento das temperaturas registrado na China era consequência de um fenômeno global de mudança climática e não do aquecimento produzido pelas cidades.O IPCC se baseou nestes dados para concluir em seu relatório de 2007 que a influência das grandes aglomerações urbanas no aumento da temperatura da atmosfera é pequena.O que revelam também os e-mails aos quais teve acesso "The Guardian" é que o ex-diretor da Unidade de Mudança Climática da Universidade de East Anglia Tom Wigley pôs sérias dúvidas sobre o fundamento científico do estudo, divisor de águas nas pesquisas sobre mudança climática.Em uma das mensagens enviadas naquela época, Wigley perguntava a Jones: "Você confia plenamente em W-CW (Wang). Por que, por que e por que não disse a ele no início (que houve erros no processo de registrar as mudanças de temperatura)?".O ministro do Meio Ambiente britânico, Ed Miliband, comentou sobre a polêmica neste domingo em declarações a "The Observer". Ele alertou contra os 'cantos da sereia' que negam que a mudança climática seja uma realidade."Acho um erro que, quando se comete um equívoco, este seja aproveitado de algum modo para impedir uma evidência arrasadora", disse o ministro.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nova comissão analisa vazamento de e-mails sobre aquecimento global


O pesquisador Michael E. Mann está às voltas com a acusação de ter minado a fé pública na ciência do clima



Washington - Uma comissão acadêmica de inquérito apurou longamente a acusação de má conduta feita a um climatologista da Universidade do Estado de Pensilvânia, mas será convocado um segundo júri para determinar o quanto o comportamento do pesquisador minou a fé pública na ciência da mudança climática, comunicou a Universidade.

O cientista, Dr. Michael E. Mann, esteve no centro de uma disputa que surgiu com a divulgação não-autorizada de mais de mil mensagens de e-mails de funcionários da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, sede de uma das primeiras unidades de pesquisa climática do mundo.

O inquérito da Universidade de Pensilvânia, conduzido por três membros eméritos e administradores da instituição, absolveu o pesquisador das acusações mais sérias contra ele, mas não parece ser o suficiente para calar a controvérsia sobre a ciência do clima.

Surgiram novos questionamentos sobre o trabalho do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, do qual Mann era colaborador, desde que as mensagens foram espalhadas, em novembro passado.

A comissão da faculdade alegou, ao anunciar seus resultados, não ter se debruçado sobre a ciência do clima que, segundo a nota divulgada, “é um problema que deve ser deixado para os profissionais do setor”.

Mann foi mencionado em 377 e-mails, incluindo alguns em que as críticas sugerem que ele havia manipulado ou destruído dados para fortalecer sua tese de que a atividade humana estava realmente mudando o clima.

Na mensagem mais conhecida, ele se refere a um “truque” (trick, em inglês) em um gráfico produzido uma década atrás, mostrando mil anos de temperatura estável na superfície da Terra seguidos de uma curva ascendente acentuada no século 20, aparentemente correspondendo a um aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera. O gráfico, chamado de “bastão de hockey”, tornou-se um ícone para os ambientalistas. E foi um fator que influenciou um relatório da ONU de 2001 concluindo que os gases de efeito estufa provavelmente era os responsáveis pela maior parte do aquecimento que vem sendo observado desde 1950.

Em algumas mensagens, Mann se refere a um conjunto de dados de diferentes fontes como um truque. ''Os críticos se centraram no uso do termo e disseram que era uma evidência de que ele e outros cientistas haviam manipulado os dados para chegar às conclusões que queriam. Mas a comissão de inquérito disse que o termo “trick” era usado pelos cientistas e matemáticos para se referir a um “insight”, uma habilidade que permite a resolução de um problema.

As mensagens também continham sugestões de que Mann teria escondido ou destruído mensagens de e-mails e outras informações relativas a um relatório sobre mudanças climáticas para evitar que outros cientistas o questionassem. Foi o próprio pesquisador quem produziu o material em questão (os e-mails), mas a Universidade da Pensilvânia o inocentou das acusações.

“Três das quarto acusações foram indeferidas. Ainda que não haja evidência para consubstanciar a quarta alegação, a administração da Universidade achou melhor convocar um comitê separado, formado por vários cientistas, para resolver qualquer questão remanescente sobre procedimentos acadêmicos” ele escreveu, e completou: “ Era isso que eu esperava, é a “vingança” que eu queria, já que não fiz nada de errado”.

O senador republicano James M. Inhofe, um cético do clima, requisitou uma investigação independente. “Precisamos assegurar aos americanos que seus impostos estão financiando objetivos científicos e não agendas políticas”, disse ele.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Mundo está a caminho de ficar 6C mais quente, diz pesquisa


Novos dados sobre as emissões mundiais de CO2 (dióxido de carbono, principal gás causador do efeito estufa) indicam que o planeta está a caminho de esquentar 6C neste século, se não houver um esforço concentrado para diminuir a queima de combustíveis fósseis."Existe um abismo claro entre o caminho que estamos seguindo e o que é necessário para limitar o aquecimento global a 2C [nível considerado relativamente seguro por especialistas]", diz Corinne Le Quéré, pesquisadora da Universidade de East Anglia (Reino Unido) e coautora do novo estudo na revista científica "Nature Geoscience". Na atual década, a principal responsável por puxar para cima as emissões é a China, com seu crescimento industrial alimentado pelo carvão mineral. Hoje, o país é o maior emissor do planeta.No entanto, os EUA ainda respondem pelas maiores emissões per capita: 18 toneladas, contra 5,2 toneladas dos chineses (a média mundial é de 4,8 toneladas). Desde 1982, a humanidade produziu 715,3 trilhões de toneladas de gás carbônico, quantidade que equivale ao total de dióxido de carbono emitido por todas as civilizações que existiram no mundo antes disso.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Emissões de metano do Ártico saltam 30% em 4 anos


Esta foi a região do mundo que teve maior aumento de emissão; fato pode indicar descongelamento.



OSLO - As emissões de um potente gás causador do efeito estufa pela região ártica saltou 30% em anos recentes, num preocupante sinal de que o aquecimento global poderá liberar enormes estoques de metano aprisionados no solo congelado, dizem cientistas.

Ártico esquenta enquanto hemisfério norte segue congelando

"Ainda é cedo para dizer que se trata de uma tendência, mas se continuar desse jeito, haverá sérias implicações", disse Paul Palmer, pesquisador da Universidade de Edimburgo e que está entre os autores do estudo sobre emissão de metano por áreas alagáveis.

A elevação de 30,6% nas emissões do Ártico, no período 2003 a 2007, para cerca de 4,2 milhões de toneladas, foi o maior ganho porcentual para qualquer região alagável, segundo trabalho publicado na revista científica Science. O estudo foi feito em conjunto por pesquisadores da Escócia e Holanda.

As áreas alagáveis do Ártico respondem por a apenas 2% das emissões globais de metano desse tipo de local, que é mais comum nos trópicos. Mas muitos especialistas apontam para o risco de que a mudança climática venha a derreter o permafrost - o solo congelado - que retém bilhões de toneladas de metano, um gás causador do efeito estufa mais potente que o dióxido de carbono.

"É uma advertência que os cientistas vêm dando há algum tempo: o que estamos vendo são sinais do aquecimento global", disse Palmer. A maior parte das áreas alagáveis do Ártico estão na Sibéria e no Canadá.

Entre os gases do efeito estufa gerados por atividade humana, o metano é o que mais contribui para o aquecimento global, depois do dióxido de carbono. Embora seja mais potente, o metano é produzido em muito menor quantidade.

As temperaturas do Ártico estão subindo muito mais rapidamente que a média global. O recuo das capas de gelo expõe o solo e a água, mais escuros e, por isso, capazes de reter mais calor, acelerando o processo.

As emissões de metano globais têm sido imprevisíveis - o estudo destaca que as concentrações na atmosfera mantiveram-se relativamente estáveis de 1999 a 2006, com um crescimento renovado em 2007. Os anos de estabilidade ficaram "largamente inexplicados", diz o texto na Science.

As emissões de áreas alagáveis representam cerca de um terço das emissões globais de metano, de 540 milhões de toneladas, disse Palmer. Outras fontes significativas são combustíveis fósseis, gado e plantações de arroz.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Terra e Humanidade: uma comunidade de destino


Temos que começar o ano com esperança pois urge fazer frente ao clima de revolta e de frustração que significou a COP 15 de Copenhague. Seguramente, o aquecimento global comporta graves consequências. No entanto, numa perspectiva mais filosofante, ele não se destinaria a destruir o projeto planetário humano mas obriga-lo a elevar-se a um patamar mais alto para que seja realmente planetário. Urge passar do local ao global e do nacional ao planetário. Se olharmos para trás, para o processo da antropogênese, podemos seguramente dizer: a crise atual, como as anteriores, não nos levará à morte mas à uma integração necessária da Terra com a Humanidade. Será a geosociedade. Neste caso, estaríamos então, face a um sol nascente e não a um sol poente. Tal fato objetivo comporta um dado subjetivo: a irrupção da consciência planetária com a percepção de que formamos uma única espécie, ocupando uma casa comum com a qual formamos uma comunidade de destino. Isso nunca ocorreu antes e constitui o novo da atual fase histórica. Inegavelmente há um processo em curso que já tem bilhões de anos: a ascensão rumo à consciência. A partir de geosfera (Terra) surgiu a hidrosfera (água), em seguida a litosfera (continentes), posteriormente a biosfera (vida), a antropofesfera (ser humano) e para os cristãos a cristosfera (Cristo). Agora estaríamos na iminência de outro salto na evolução: a irrupção da noosfera que supõe o encontro de todos os povos num único lugar, vale dizer, no planeta Terra e com a consciência planetária comum. Noosfera como a palavra sugere (nous em grego significa mente e inteligência), expressa a convergência de mentes e de corações dando origem a uma unidade mais alta e complexa. O que, entretanto, nos falta é uma Declaração Universal do Bem Comum da Terra e da Humanidade que coordene as consciências e faça convergir as diferentes políticas. Até agora, nos limitávamos a pensar no bem comum de cada pais. Alargamos o horizonte ao propor uma Carta dos Direitos Humanos. Esta foi a grande luta cultural do século XX. Mas agora emerge a preocupação pela Humanidade como um todo e pela Terra, entendida não como algo inerte, mas como um superorganismo vivo do qual nós humanos somos sua expressão consciente. Como garantir os direitos da Terra junto com os da Humanidade? A Carta da Terra surgida nos inícios do século XXI procura atender a esta demanda. A crise global nos está exigindo uma governança global para coordenar soluções globais para problemas globais. Oxalá não surjam centros totalitários de comando mas uma rede de centros multidimensionais de observação, de análise, de pensamento e de direção visando o bem viver geral. Trata-se apenas do começo de uma nova etapa da história, a etapa da Terra unida com a Humanidade (que é a expressão consciente da Terra). Ou a etapa da Humanidade (parte da Terra) unida à própria Terra, constituindo juntas uma única entidade una e diversa chamada de Gaia ou de Grande Mãe. Estamos vivendo agora a idade de ferro da noosfera, cheia de contradições. Mas mesmo assim, cremos que todas as forças do universo conspiram para que ela se firme. Para ela está marchando nosso sistema solar, quem sabe a inteira galáxia e até este tipo de universo, pois, segundo a teoria das cordas, pode haver outros, paralelos. Ela é frágil e vulnerável mas carregada de novas energias, capazes de moldar um novo futuro. Talvez a noosfera seja agora somente uma chama tremulante. Mas ela representa o que deve ser. E o que deve ser tem força. Tende a se realizar.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Perspectivas 2010: cariocas podem ter um meio ambiente melhor

RIO - Há um mês, às vésperas da Conferência de Copenhague, a Prefeitura do Rio de Janeiro assumiu o compromisso de enfrentar, aqui, o impacto do aquecimento global. Foi a primeira cidade brasileira a passar recibo, concretamente, de um drama mundial que, diagnosticado há quatro décadas, ainda desafia a inteligência e o bom senso da comunidade internacional.
O programa Rio Sustentável se propõe a reduzir em 8% até 2012 as emissões de poluentes em relação aos patamares de 2005. Até a Olimpíada de 2016, serão 16% de redução, chegando a 20% em 2020. O Rio Como Vamos é co-signatário deste compromisso, encarregado de monitorar o cumprimento das metas estabelecidas. Essas metas incluem o fechamento do aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, o incentivo ao uso de energia limpa e as mudanças no sistema viário que substituirá parte dos ônibus a diesel por veículos movidos a biocombustível.
São boas notícias, são políticas que fazem sentido, há muito reivindicadas pelos ambientalistas. Mas nenhum programa governamental – e essas metas são de responsabilidade do poder público – será suficiente se não houver um envolvimento decisivo da sociedade carioca. Nenhum governo resolverá os problemas da cidade sem a participação ativa da população. Isso vale para todas as áreas da administração pública mas, sobretudo, para o que concerne ao meio ambiente.
Tomemos um exemplo: o ar poluído, carregado de CO2, agrava as doenças respiratórias. O Sistema de Indicadores do RCV (Rio Como Vamos), baseado em dados do SUS, mostra que a incidência de internações de crianças com infecção respiratória aguda, nos hospitais do Rio, é impressionante.
Ora, todos ajudamos a poluir o ar. O motor de um carro desregulado contribui para isto. Regule o motor de seu carro. Plante uma árvore, elas ajudam a filtrar o ar que respiramos. Não jogue detritos nas ruas e, em casa, separe o lixo para reciclagem. São gestos simples, que estão ao alcance de todos, que melhoram, e muito, a qualidade de vida na cidade.
Copenhague foi uma decepção. O que só aumenta o sentido de urgência e a importância da participação de cada um. Não dá para esperar mais quatro décadas até que os governos se ponham de acordo. É preciso entender, de uma vez por todas, que nada mudará sem que cada um chame a si a responsabilidade pela mudança.
Esse é o verdadeiro rosto da política contemporânea. Uma política enraizada no cotidiano. Esse é o rosto do Rio Como Vamos, que aposta na construção de uma cultura cidadã, que não dependa apenas de ações governamentais – ainda que as exija e as monitore. Uma cultura capaz, ela mesma, de produzir resultados no dia a dia.
A população carioca já entendeu a importância de cobrar das autoridades um governo com metas. Pouco a pouco, a sociedade começa a se tornar atenta à necessidade de monitorar o seu cumprimento. Resta agora interiorizar a convicção que cada gesto nosso, no cotidiano, nunca é inofensivo, é para o bem ou para o mal da cidade. Contribui ou inviabiliza o cumprimento dessas metas. E sempre será um gesto político.